Terroir

As vinhas da região do Douro constituem uma das mais radicais e espetaculares paisagens feitas pelo homem.

Cerca de 28.000 hectares de vinha, ou aproximadamente dois terços da superfície plantada da região, estão localizados em encostas rochosas com um declive de mais de 30%. Um dos principais desafios é, portanto, criar uma superfície plana e estável na qual se possa instalar a vinha.

Até aos primeiros anos do século XX, isto conseguia-se construindo muros de pedra seca, que depois eram enchidos com solo para criar terraços estáveis. O solo dos terraços, constituído de uma mistura de terra fina e fragmentos de xisto, foi escavado das encostas ou trazido das margens do rio. Estes belos terraços murados, que sobem como escadas pelas íngremes encostas do vale do Douro, foram classificados pela UNESCO como património mundial.

Hoje, o custo de construção destas magníficas estruturas feitas à mão seria proibitivo. Nas encostas mais íngremes, os terraços com muros de pedra seca (socalcos) foram substituídos por "patamares": terraços construídos nas encostas, usando equipamentos de movimentação de terra, e separados por taludes altos. Em declives de até cerca de 30%, um crescente número de vinhas foram convertidas para "vinha ao alto", um sistema de plantação em que as vinhas são dispostas em linhas verticais que seguem a pendente da encosta.

Hoje, o custo de construção destas magníficas estruturas feitas à mão seria proibitivo. Nas encostas mais íngremes, os terraços com muros de pedra seca (socalcos) foram substituídos por "patamares": terraços construídos nas encostas, usando equipamentos de movimentação de terra, e separados por taludes altos. Em declives de até cerca de 30%, um crescente número de vinhas foram convertidas para "vinha ao alto", um sistema de plantação em que as vinhas são dispostas em linhas verticais que seguem a pendente da encosta.

O desenvolvimento mais recente na sistematização do terreno é o Modelo de Vinha Sustentável desenvolvido pelo enólogo da Fonseca, David Guimaraens, e pelo diretor de viticultura, António Magalhães. Este sistema integrado de gestão da vinha baseia-se na construção de terraços utilizando engenharia de alta precisão, no uso de técnicas naturais para o controlo de infestantes e na exata correspondência entre casta e localização da vinha. Embora a sua intenção seja promover a viticultura sustentável e não a viticultura biológica, este sistema integrado de gestão da vinha pode contudo ser aplicado na produção biológica, tal como ocorreu na Quinta de Santo António, propriedade da Fonseca.

A região do Douro conta com uma enorme riqueza de diferentes castas. Isso não só contribui para a complexidade aromática do vinho do Porto, como permite também que a vinha seja ajustada às diversas condições da Região do Douro, com as suas variações no que refere a altitude, exposição ao sol e ao vento, fertilidade do solo e acesso à água. Nas vinhas recentes, particularmente naquelas pertencentes às casas de vinho do Porto, as plantações são geralmente limitadas a um pequeno número de castas escolhidas pela sua confiabilidade e a sua contribuição aromática. Estas normalmente incluem a Touriga Francesa, a Tinta Roriz, a Touriga Nacional e a Tinta Barroca. As vinhas velhas, ao contrário, contêm com frequência castas que são menos plantadas, fazendo com que os seus vinhos sejam menos previsíveis, mas permitindo-lhes por outro lado revelar nuances e dimensões inesperadas.

A maioria das castas do Douro tem cachos apertados e bagos pequenos e escuros que produzem um sumo denso e de cor muito profunda. As condições secas e o solo xistoso, que absorve e retém o calor, contribuem para a intensidade dos vinhos.

Quanto mais se avança rio acima, menor é a quantidade de chuvas que caem e mais profundos e mais concentrados são os vinhos. A área de vinha é dividida em três sub-regiões, cada uma das quais com o seu clima distinto. Na extremidade ocidental está o Baixo Corgo. O Corgo é um afluente do rio Douro que corre na direção sul, desaguando junto da localidade da Régua. O Baixo Corgo é a sub-região que recebe mais chuvas, tendo as suas vinhas os maiores rendimentos, originando vinhos relativamente ligeiros e que amadurecem cedo.

A maioria das castas do Douro tem cachos apertados e bagos pequenos e escuros que produzem um sumo denso e de cor muito profunda. As condições secas e o solo xistoso, que absorve e retém o calor, contribuem para a intensidade dos vinhos.

Quanto mais se avança rio acima, menor é a quantidade de chuvas que caem e mais profundos e mais concentrados são os vinhos. A área de vinha é dividida em três sub-regiões, cada uma das quais com o seu clima distinto. Na extremidade ocidental está o Baixo Corgo. O Corgo é um afluente do rio Douro que corre na direção sul, desaguando junto da localidade da Régua. O Baixo Corgo é a sub-região que recebe mais chuvas, tendo as suas vinhas os maiores rendimentos, originando vinhos relativamente ligeiros e que amadurecem cedo.

Fonseca Porto

Rio Douro acima, para o leste, encontra-se a área central que é conhecida como o Cima Corgo, onde o clima é mais seco e os rendimentos são mais baixos. O Cima Corgo contém a maior concentração de vinhas históricas de alta qualidade. Estas vinhas estão localizadas ao longo das íngremes margens do rio Douro e também nos vales dos seus afluentes como o Távora, o rio Torto e o rio Pinhão. As três propriedades da Fonseca, Cruzeiro, Santo António e Panascal, estão situadas no Cima Corgo.

Finalmente, para o leste e até à fronteira com Espanha, encontra-se a sub-região do Douro Superior. Esta sub-região era conhecida como o "Novo Douro", pois a viticultura só se desenvolveu em grande escala depois de 1791, quando os afloramentos de rocha que obstruíam o Cachão da Valeira foram finalmente removidos e os trechos orientais do Douro foram abertos à navegação. O Douro Superior é a sub-região mais seca e mais quente das três sub-regiões, produzindo vinhos densos e poderosos.

Tal como acontece nas grandes regiões vinícolas clássicas do mundo, o terroir do Douro representa uma combinação única de solo, topografia, clima e castas que não pode ser reproduzida de forma exata em nenhum outro lugar.